D A
Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
D
de longe eu avistava a figura de um menino
A
que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:
D
- Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.
G A
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando,
D
eu jogava uma moeda e ele saía pulando:
A
- Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
D
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.
A
Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,
D
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
A
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
D
Vendo a porteira fechada o menino não avistei.
G A
Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão
D
Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão
A
- Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão!
D
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração!
A
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
D
quando passo na porteira até vejo a sua imagem
A
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
D
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.
A
A cruzinha no estradão do pensamento não sai
D
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
A
Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás
D
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.
CIFRAS:
Ouça a Musica :